quinta-feira, 4 de abril de 2013

Canções influenciadas pelo "mundo externo"


Todos conhecem a introspecção nas composições do Martin; todos sabem que suas letras desdobram-se sobre experiências pessoais; porém, indivíduo culto e artista completo que é, ele também engloba em seus trabalhos líricos influências "externas" — muitas de suas canções fazem alusão à Bíblia, outras remetem à Literatura, *et cætera*.

Abaixo, algumas destas canções influenciadas pelo "mundo externo":




"Tora! Tora! Tora!" (1981)

7 de dezembro de 1941. Dia amanhecendo. A baía de Pearl Harbor (base naval norte-americana, localizada no Havaí) é atacada por uma esquadrilha de aviões de caça e bombardeiros japoneses, que desmantelam a força-tarefa ali ancorada. No dia seguinte, o presidente Franklin Delano Roosevelt declara guerra ao Eixo.

O código usado pelos japoneses para o início do ataque foi "Tora! Tora! Tora!". (Em japonês, *tora* [タイガー] significa "tigre".)

Dicas de leitura:

"Midway" (1951), de Mitsuo Fuchida e Masatake Okumiya, e "Tora! Tora! Tora!" (1963), de Gordon W. Prange.

Dicas de filmes:

"Tora! Tora! Tora!" (EUA/Japão – 1970), de Richard Fleischer, Kinji Fukasaku e Toshio Masuda, e "Pearl Harbor" (EUA – 2001), de Michael Bay.



"My Secret Garden" (1982)

Inspirada no livro infantil inglês "O Jardim Secreto" ("The Secret Garden" – 1911), da autora inglesa Frances Hodgson Burnett.

O livro conta a história da órfã Mary Lennox, que depois da morte de seus pais por um surto de cólera, na Índia, vai morar com seu tio, o austero *lord* Archibald Craven, no interior da Inglaterra. Lá, ela fica entediada com o ar sombrio que a casa adquiriu depois da morte de sua tia — seu tio trata o filho como um doente e a casa é cercada de regras. Sem ter o que fazer dentro de casa, ela sai em busca de aventuras na enorme propriedade rural e, sem querer, descobre, encoberto pelas folhagens, um belíssimo jardim — ela passa a visitá-lo diariamente e o chama de "meu jardim secreto".

No decorrer da trama, ela descobre que o jardim era o lugar preferido de sua tia e que depois de sua morte, dez anos antes, seu tio proibiu a entrada de todos lá. Num certo dia, ela leva seu primo Colin, que vive em cima de uma casa, num quarto escuro, ao jardim. Lá, eles passam os dias a brincar, cuidam das plantas, e a saúde do garoto melhora a olhos vistos. Depois de chegar de uma longa viagem de negócios, *lord* Archibald se depara com o seu filho feliz e saudável e a paz volta a reinar no lar dos Craven.

Dica de leitura:

Obviamente, a supracitada obra literária.

Dica de filme:

"O Jardim Secreto" ("The Secret Garden" – Inglaterra – 1993), de Agnieszka Holland.


"The Love Thieves" (1997)

"Jonas e a baleia", citados na letra da canção, é um episódio bíblico do Antigo Testamento.

Jonas foi um profeta que recebeu de Deus a missão de ir à cidade de Nínive, como Seu porta-voz, para que a população parasse com a iniqüidade que havia tomado conta do local; no entanto, Jonas desobedeceu a Deus e fugiu, escondendo-se num porão de um navio com a certeza que Ele não o encontraria; porém, onipresente/onisciente que é, Deus mandou uma grande tempestade e o navio naufragou, ficando Jonas à deriva. Para mostrar-lhe Sua compaixão, Deus mandou uma baleia e Jonas foi na barriga dela até uma praia, à salvo. 

Maravilhado com tanta benevolência, Jonas finalmente obedeceu a ordem de Deus e foi até a cidade. Chegando lá, ele avisou aos moradores que se não parassem de pecar, Deus destruiria a cidade em quarenta dias. Os moradores arrependeram-se e Deus os perdoou.

Dica de leitura:

Bíblia – Antigo Testamento.



"John the Revelator" (2005)

O "Livro do Apocalipse" (chamado também "Apocalipse de São João") é um tomo da Bíblia e o último da seleção do Cânon bíblico.

A palavra "apocalipse", do grego *αποκάλυψις*, significa "revelação". Um "apocalipse", na terminologia do judaísmo e do cristianismo, é uma revelação divina, feita por intermédio de um profeta escolhido por Deus — por extensão, passou a ser designado "apocalipse" os relatos provindos destas revelações. 

Devido ao fato de se usar o título "Apocalipse", e não "Revelação", o real significado da palavra ficou obscuro, sendo, não raro, usado como errôneo sinônimo de "fim do mundo". 

Para os cristãos, o "Livro do Apocalipse" possui a previsão dos últimos acontecimentos antes, durante e após o retorno do Messias de Deus. (Alguns cristãos entendem que os acontecimentos previstos no tomo já teriam começado.)

A literatura apocalíptica tem uma considerável importância na história da tradição judaico-cristã-islâmica, ao veicular crenças como a ressurreição dos mortos, o Dia do Juízo Final, o Céu, o Inferno e tantas outras que são ali referidas de forma tácita.

"Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu por cerca de meia hora. Então, vi os sete anjos que permaneciam em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas."

(Apocalipse 8:1 e 2)

Dica de leitura:

Bíblia – Novo Testamento.



"Jezebel" (2009)

Jezebel (ou Jezabel) foi uma princesa fenícia, filha do rei dos sidônios, Etbaal. Casou-se com o rei de Isarel, Acab, com o objetivo de fortalecer as relações entre as duas civilizações inimigas. 

Mesmo depois de seu casamento, Jezebel continuou a adorar os deuses fenícios e a combater a imagem do deus israelita. Mulher à frente de seu tempo, independente e determinada, fazia de tudo para que seus objetivos fossem alcançados — com o dinheiro público, por exemplo, sustentou profetas fenícios e pretendia erigir um templo dedicado ao deus Baal.

Após uma revolta contra sua família, liderada pelo comandante Jeú, que findou com a morte de seu filho, ela partiu em desafio ao mentor da rebelião e terminou, por ordem do mesmo, jogada pela janela. Seu sangue atingiu as paredes e os cavalos e cães devoraram seu corpo (assim como o profeta Elias havia dito que seria).

Por causa desta rainha, o nome "Jezebel" encontra-se, por via de regra, associado a mulheres sedutoras e/ou sem escrúpulos.

Dica de leitura:

Bíblia – Antigo Testamento.





Crédito: Marcel Koury







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